sexta-feira, 3 de abril de 2009

MARCHA COMO PADRÃO NEURO-MOTOR (4)


EMERGÊNCIA DA MARCHA AUTÓNOMA (1)
O paralelismo existente entre o desenvolvimento animal e humano, e a sequência e o “timing” do “stteping” na criança, do “kicking e a locomoção levaram os vários autores a considerar que as BASES NEUROBIOLÓGICAS da MARCHA ESTÃO PRESENTES em ESTADIOS MUITOS PRECOCES do DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL . (Forssberg, 1985; Thelen, 1986; Thelen e Ulrich, 1991; Zelazo, 1983) (Bradley e Bekoff, 1989).

Quais serão então os elementos que contribuem para a emergência da marcha na criança ?

No desenvolvimento da criança, certas unidades funcionais podem estar aptas a funcionar antes de outras do mesmo sistema, mas o conjunto necessita de esperar pela maturação e/ou operacionalização dos elementos mais lentos antes dum novo e mais refinado comportamento locomotor adequado ter lugar e poder ser controlado.

O desenvolvimento do controle postural e da coordenação motora são processos simultâneos, indissociáveis, interdependentes que se “alimentam” um ao outro e que se complementam ao longo de todo o “mega-processo” continuo do desenvolvimento neuromotor.

Quais serão os factores limitativos ou inibidores da emergência da marcha antes dos 9/12 meses ?

Deve-se primariamente às (1) LIMITAÇÕES/CONSTRANGIMENTOS do CONTROLE do EQUILÍBRIO e possivelmente também às (2) LIMITAÇÕES do DESENVOLVIMENTO da FORÇA MUSCULAR e COORDENAÇÃO NEUROMUSCULAR necessária à evolução do peso e composição corporal (Forssberg, 1985; Thelen e colegas, 1989; Woollacott e Shumway-Cook, 1989 e 1995).

MARCHA AUTÓNOMA – exige o uso pleno de um conjunto de sistemas que coordenam e regulam os movimentos e simultaneamente o DESENVOLVIMENTO de um CONTROLE POSTURAL EFICIENTE que possibilite a transferência de peso entre os membros e assegure a manutenção da estabilidade dentro de uma base de sustentação mais pequena, instável e dinâmica face às variações/solicitações do meio envolvente



PRÉ-REQUISITOS para o êxito da marcha como comportamento locomotor (Woollacott e Shumway-Cook , 2001)


A) Padrão de “stteping” rítmico - bases para a evolução- É a que se desenvolve 1º e está já presente no RN de forma ainda limitada sendo refinada ao longo do 1º ano.

B) O controle do equilíbrio - controle postural dinâmico. O controle da estabilidade - pleno desenvolvimento sobretudo no final do 1º ano e inicio do 2º ano de vida.

C) A capacidade de modificar ou adaptar a marcha de acordo com as exigências e solicitações do meio – ADAPTABILIDADE - A adaptabilidade do controle postural a situações dinâmicas da marcha é refinada e aperfeiçoada nos primeiros anos, após o inicio dos primeiros passos de forma autónoma.

Raul Oliveira/ Alexandra Oliveira, Fisioterapeutas

R`Equilibriu_us, Gabinete de Fisioterapia

Av. D. João I, nº 8, Oeiras

309 984 508 / 917231718

raulov@netcabo.pt

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