ENTORSES DO TORNOZELO - PRINCÍPIOS DE INTERVENÇÃO (2)
O controle da resposta inflamatória na fase aguda, através dos cuidados descritos no post anterior, é essencial para o processo de regeneração tecidular que se segue:
2ª - FASE DE REPARAÇÃO TECIDULAR (Reparação Fibroblástica) vai do 3º/4º dia até ao 10º/14º dia.
Objectivos do Tratamento:
a) Promover a reparação tecidular eficiente e sem recidivas
b) Promover o comportamento normal da estrutura lesada
Os processos de reparação dos tecidos moles devem ser feitos permitindo alguns movimentos. É a fase da função protegida. A imobilização prolongada e total dos tecidos moles afectados promovem uma cicatrização desordenada não funcional.
b) Promover o comportamento normal da estrutura lesada
Os processos de reparação dos tecidos moles devem ser feitos permitindo alguns movimentos. É a fase da função protegida. A imobilização prolongada e total dos tecidos moles afectados promovem uma cicatrização desordenada não funcional.
O movimento controlado induz um tecido em reparação mais funcional, pelo que são sugeridos protocolos de movimento e de função protegida - TRATAMENTO FUNCIONAL.
Mas para isso é necessário um acompanhamento próximo e haver um conjunto de indicadores clinícos e funcionais de referência que ajudam a monitorizar a evolução clínica
3ª - FASE DE REMODELAÇÃO que vai do 10º/14º dias até 21º/60º dias, consoante a gravidade e a extensão da lesão inicial.
Esta fase continua, completa e consolida os processos ocorridos na fase fibroblástica anterior.
Objectivo: Consolidar o processo de reparação e prevenir a cicatrização excessiva e desordenada.
É a fase onde se deve fazer a reintegração progressiva e gradual ao treino e à actividade desportiva. É essencial a sintonia entre o Fisioterapeuta e o treinador nesta fase.
Os riscos de recidiva da lesão capsulo-ligamentar são reais (15 a 30%) sobretudo nos casos em que os atletas regressam demasiado cedo e não devidamente controlados, podendo dar inicio/ou continuar uma história de entorses de repetição que levam à instabilidade crónica.
Sabemos que o processo de reparação tecidular muscular bem sucedido (em termos morfológicos) pode-se fazer em cerca de 3/4 semanas, mas a remodelação completa e a (re)aquisição das características relacionadas com os reflexos artrocinemáticos exigem mais tempo e sobretudo um planeamento gradual de reintegração no treino (ao longo de 2 a 3 semanas nos caso mais graves) evitando na fase inicial os movimentos a elevada velocidade, as mudanças bruscas de direcção e/ou velocidade.
O segmento lesado apenas estará totalmente recuperado em termos funcionais e plenamente integrado na sua cadeia cinética de movimento após um programa de reeducação funcional onde entram os exercícios reeducação sensorio-motora específicos numa fase inicial (vulgarmente conhecidos por treino proprioceptivo) e os gestos próprios da modalidade numa fase mais tardia.
Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 /917231718
raulov@netcabo.pt
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Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 /917231718
raulov@netcabo.pt
Boa noite,
ResponderEliminarUma lesão capsulo-ligamentar da tíbio-társica de grau III num jovem adulto(25 anos)desportista e colaborante, por mecanismo de inversão e flexão plantar, devidamente acompanhada por tratamentos de fisioterapia, puderá implicar em média quanto tempo de intervenção por parte do fisioterapeuta?
Obrigado desde já pelo esclarecimento.
Cumprimentos,
Sónia
Olá Sónia: se não houver complicações e/ou outras lesões associadas nem história anterior de lesões semelhantes e problemas de instabilidade articular residual é necessário um acompanhamento por parte do Fisioterapeuta até o atleta/desportista estar completamente reintegrado. Também depende do tipo de desporto e exigências fisicas que esse desporto implica, mas todo o processo pode exigir um acompanhamento próximo de pelo menos 6/8 semanas e um acompanhamento à distância por mais 4/6 semanas. Apareça sempre. Raul Oliveira
ResponderEliminarAgradeço a prontidão da sua resposta.
ResponderEliminarCumprimentos,
Sónia
Boa tarde,
ResponderEliminarAinda sobre o mesmo caso que citei anteriormente da lesão cápsulo ligamentar da TT de grau III, e tendo em conta que o acompanhamento próximo pode ter a duração de pelo menos 6/8 semanas, quantas sessões poderam ser necessárias por semana?
Mais uma vez obrigado desde já pela disponibilidade.
Cumprimentos,
Sónia
Olá Sónia: o nº de sessões por semana pode ser variável em função da dor/edema residuais, da funcionalidade e da possível instabilidade também presente. O atleta deve fazer exercícios diariamente seguindo as orientações do Fisioterapeuta, mas os tratamentos de fisioterapia nesta fase podem ser entre 2 a 3 vezes por semana. No entanto esta frequência deve ser ditada pelas necessidades especificas de cada caso. Até breve. Raul Oliveira
ResponderEliminarMuito obrigado uma vez mais.
ResponderEliminarCumprimentos,
Sónia