ENTORSES DO TORNOZELO - COMPLICAÇÕES
Nos mecanismos de entorse mais graves e/ou nas lesões mal resolvidas podem surgir complicações a curto ou a médio-prazo.
Complicações de curto-prazo
1) Lesões associadas não devidamente despistadas/diagnosticadas, que aumentam o tempo de incapacidade funcional e poderão deixar sequelas futuras (ver ENTORSES DO TORNOZELO - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - de 30 de Abril).
2) Lesões osteo-articulares
3) Lesões nas cartilagens de crescimento (crianças e jovens)
4) Neuropraxia por estiramento do nervo peroneal podem acontecer nos casos mais graves (Lesões de grau III ou nos casos de entorses de repetição) podendo provocar algumas alterações sensitivo-motoras, normalmente transitórias.
Complicações de médio/longo prazo
1) Sintomas residuais persistentes como dor à palpação e em certos movimentos, edema residual perimaleolar, falta de confiança e de eficiência nos mecanismos de protecção articular em pisos instáveis.
Estes sinais e sintomas condicionam uma relativa diminuição da capacidade funcional sobretudo em actividades físicas mais exigentes para o tornozelo. Karlsson & Chan (2005) apontaram para que aproximadamente 20 % a 30% dos atletas que sofram este tipo de lesão, irão apresentar sintomas residuais.
2) Entorses de repetição mais ou menos graves mostrando uma instabilidade articular funcional crónica que aumentam o risco de lesões futuras associadas.
A instabilidade articular crónica é normalmente caracterizada através de 2 componentes que são interdependentes:
a) componente mecânica/ estrutural com laxidão ligamentar e hipermobilidade articular - (ver imagens acima e abaixo)
Estudo radiológico dinâmico com o pé em inversão máxima mostrando um tilt astragaliano sugestivo de lesão ligamentar crónica do ligamento lateral externo
b) componente funcional definindo-se como sendo a sensação de incapacidade, ou frequente limitação funcional em actividades que normalmente não deveriam despoletar qualquer restrição, como por exemplo, realizar marcha em solo irregular, actividades desportivas, saltar, entre outras (Karlsson & Chan, 2005).
O aumento significativo das oscilações posturais (postural sway) em momentos de apoio unipodal e tempos de latência mais elevados na resposta dos músculos peroneais e movimentos bruscos de inversão, têm sido apontados como características básicas desta instabilidade funcional.
McKeon et al., (2002), definiram a instabilidade funcional da tíbio-társica como sendo a ocorrência repetitiva de entorses e sensação de instabilidade articular devido a défices neuromusculares e proprioceptivos (referidos acima).
Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 /917231718
Faculdade de Motricidade Humana
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