Na reabilitação funcional pós cirurgia, o Fisioterapeuta deve ter em conta um conjunto de factores que condicionam todo o programa de intervenção, mesmo perante tipos de cirurgia semelhantes.
Vejamos alguns:
História e evolução da lesão primária/principal
Lesões crónicas (síndromes de conflito antigos/instabilidade multidirecional/disfunção da Coifa dos Rotadores - CR - instalada) progressão mais lenta e mais tempo de recuperação do que no caso de lesões agudas e recentes.
Gravidade, dimensão e localização da lesão ou lesões associadas exigem cirurgias reparadoras mais ou menos extensas. Deve-se conhecer os limites da viabilidade biológica e da estabilidade mecânica conseguida em cada caso, pelo que o diálogo com o cirurgião deve ser permanente.
Lesões estruturais associadas normalmente aumentam o tempo e os cuidados de imobilização, impõem constrangimentos adicionais numa fase inicial de recuperação funcional o que significa precauções acrescidas.
Nível funcional pré-operatório: limitações prévias da mobilidade funcional (passiva ou activa), alterações da força e coordenação neuromuscular e padrões neuromotores alterados significam progressão pós-operatória mais lenta.
Idade e Saúde geral do paciente podem condicionar todo o processo de recuperação pois também influenciam a viabilidade funcional das estruturas reparadas e os efeitos dos exercícios terapêuticos solicitados. A presença de alterações articulares e periarticulares de natureza degenerativa irreversíveis nos sujeitos idosos devem ser sempre respeitadas.
Participação activa do paciente no seu processo de recuperação. Pacientes informados, colaborantes e com força de vontade tornam o processo mais eficiente e seguro. Evitar o "too much" ou "too little" e prevenir o "too early" ou "too late" são elementos-chave. Reeducar pela função e entender os sinais que o ombro nos vai dando são princípios a seguir.
História anterior de infiltrações e/ou cirurgia prévia sem os resultados desejados podem ter afectado a qualidade do tecido ósseo e/ou tendinoso o que em alguns casos fragiliza os processos de fixação cirúrgicos aumentando a necessidade de mais cuidados e tempo no pós-operatório
Nível Funcional pré-operatório e expectativas não realistas para o pós-operatório imediato e a longo prazo: advém da interacção dos diferentes factores citados atrás.
Tipo de abordagem cirúrgica e tipo de reparação colocam exigências especificas que é preciso conhecer e respeitar.
Procedimentos Terapêuticos não adequados (cirurgia, fisioterapia, auto-tratamento, etc.) podem atrasar todo o processo de reparação e/ou comprometer os resultados funcionais.
O diálogo entre paciente, médico e fisioterapeuta são fundamentais em todo o processo.
Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
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raulov@netcabo.pt
Faculdade de Motricidade Humana
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