DOR
A dor é uma condição multidimensional absolutamente única, de difícil e complexa definição, e intrínseca ao próprio sujeito que a sente, vivencia e se confronta com ela. É sempre vivida na primeira pessoa - componente subjectiva - , e só compreensível e acessível ao outro por aquilo que a própria pessoa comunica ou deixa transparecer.
Está presente ao longo de todo o ciclo de vida e não depende apenas de lesão tecidular, mas de todo um vasto conjunto de constrangimentos e factores que nos rodeiam.
Para além dos mecanismos neuronais subjacentes à dor, para além da vivência eminentemente subjectiva que transforma a sensação em percepção e esta em emoção, a dor é igualmente modulada pelo contexto social em que a pessoa está inserida (Cailliet, R., 1999).
Para além dos mecanismos neuronais subjacentes à dor, para além da vivência eminentemente subjectiva que transforma a sensação em percepção e esta em emoção, a dor é igualmente modulada pelo contexto social em que a pessoa está inserida (Cailliet, R., 1999).
Definir DOR é uma tarefa sempre parcial e incompleta.
No entanto Melzack, R. & Wall, P. (1982) descrevem a dor como “uma experiência altamente pessoal e variável que é influenciada pela cultura, conhecimentos, pelo sentir da situação e outras actividades cognitivas”.
No entanto Melzack, R. & Wall, P. (1982) descrevem a dor como “uma experiência altamente pessoal e variável que é influenciada pela cultura, conhecimentos, pelo sentir da situação e outras actividades cognitivas”.
O subcomité de taxonomia da dor, da International Association for the Study of Pain (IASP) publicou a sua classificação e descrição do conceito de Dor, tendo sido definida como
“uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a lesão tecidular potencial ou real descritiva em termos dessa lesão”
surgindo a ideia da dualidade entre a nossa concepção, a concepção intuitiva acerca dela (a dor como resultado de alguma agressão) e a componente emocional. A dor surge assim como resultado de uma lesão tecidular potencial ou real, lesão essa que pode nem sempre existir; ao invés, nem sempre a lesão tecidular potencial ou real resulta em dor, ou seja, de um modo mais pragmático, a dor existe quando e onde a pessoa a sente.
A definição apresentada pela IASP, espelha a dificuldade em definir dor de uma forma concreta resultante da heterogeneidade da experiência. A dor é um experiência pessoal, na qual pesam factores fisiológicos, vivências passadas, a educação do indivíduo e a personalidade própria de cada um.
A definição apresentada pela IASP, espelha a dificuldade em definir dor de uma forma concreta resultante da heterogeneidade da experiência. A dor é um experiência pessoal, na qual pesam factores fisiológicos, vivências passadas, a educação do indivíduo e a personalidade própria de cada um.
A definição destaca dois componentes, o sensorial e o emocional, correspondendo o primeiro ao estímulo doloroso propriamente dito e ao segundo a resposta associada à carga negativa ligada à experiência. Ressalva, ainda, a não correspondência entre o estímulo e a dor sentida. Ou seja, o mesmo estímulo poderá ser classificado de diferentes maneiras por diferentes indivíduos em contextos também diferentes.
A dor -aguda ou crónica - pode ser uma das condições mais incapacitantes, intrigantes e de maior incidência na saúde. Em muitos casos é o sintoma central que determina a procura de apoio por parte dos indivíduos junto dos profissionais de saúde.
Mais informação em The International Association for the Study of Pain
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