Síndrome de Conflito Posterior da Articulação Tibio-Társica
A Dor na face posterior do tornozelo pode resultar de diversas causas e ter diferentes diagnósticos.
O Síndrome de Conflito Posterior descreve uma condição provocada pelos movimentos repetidos/posturas mantidas de flexão plantar (pontas da bailarina clássica e dai o nome de Dancer´s Heel) ou pelo excesso de flexão plantar forçada num único movimento como no caso de um pontapé ou na impulsão máxima durante um salto.
A face posterior do astrágalo (osso do tarso, que articula com a tíbia) e os tecidos moles vizinhos (cápsula posterior, ligamentos/tendões posteriores) são comprimidos entre a tíbia e o calcâneo (ver imagem abaixo) podendo levar a processos inflamatórios e/ou lesões nessas estruturas (espessamentos da cápsula posterior, tendinopatias dos tendões flexores dos dedos e do dedo grande ou do tibial posterior).
Os tendões flexores são mais facilmente afectados uma vez que a flexão plantar máxima é associada sempre a alguma inversão.
A dor na face posterior do tornozelo pode resultar de um traumatismo/movimento forçado único de grande magnitude ou ser resultado de múltiplos e repetitivos movimentos/posturas em flexão plantar máxima. Pode também ocorrer devido à presença do os trigonum (osso sesamóide) ,que se localiza nesta região, e é sujeito às forças descritas num espaço mais delimitado para os tecidos moles envolventes.
Diagnóstico é baseado primeiramente na história e exame clínico e confirmado por imagens (Rx, TAC ou RM).
Ver imagens de cima (Rx) e de baixo (Ressonância Magnética)
Diagnóstico Diferencial
Tendinopatia do Tendão de AquilesOsteocondrite do astrágalo (jovens) e outras lesões osteocondrais
Fracturas do tubérculo lateral do astrágalo ou do os trigonum
Lesões das Articulações tibio-társica e sub-talar
Presença de calcificações ou osteófitos na mesma região
O tratamento inicial deve ser sempre conservador através da Fisioterapia e de mudança das actividades que agravam a dor.
A cirurgia pode ser necessária para os casos reincidentes que não respondem ao tratamento conservador, o que acontece mais em bailarinos e desportistas com elevadas exigências de trabalho em flexão plantar máxima.
Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 /917231718
Faculdade de Motricidade Humana
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