sábado, 28 de março de 2009

LOMBALGIAS NO VOLEIBOLISTA (1)



LOMBALGIAS NOS VOLEIBOLISTAS

As lombalgias representam 8% das lesões/disfunções no voleibolista, tendo tendência para deixarem sequelas e levarem à recorrência numa parte dos casos (Lindner & Ferreti, 1996)


Oudot et al (1982) estudaram atletas de alta competição que sentiam lombalgias como resultado de sobrecarga da região lombo-sagrada muito solicitada em gestos como o serviço/remate ou o bloco.


Bartolozzi et al (1991), num estudo com 45 atletas voleibolistas profissionais , verificaram que 44% apresentavam discopatias.
Schafle et al (1990) concluíram que as disfunções na zona lombar contabilizaram cerca de 14,2% para o total das lesões ocorridas, embora nenhuma destas tenha demorado mais que um dia a recuperar e tendo todas elas ocorrido por sobrecarga.
Concluíram também que 58% das lesões estavam directamente relacionadas com gestos específicos do voleibol (serviço/remate, bloco, posição defensiva).


Aagaard & Jorgensen (1996), revelaram que as queixas lombares foram a 5ª lesão/disfunção mais comum que afectava os voleibolistas, embora fosse a lesão com melhor prognóstico a curto prazo em termos de recuperação. Concluíram também, que o gesto do remate e do bloco eram os gestos que mais risco implicavam e, que nos últimos 10 anos e em comparação com um estudo idêntico realizado nessa altura, as lesões de sobrecarga passaram de 16% para 47%.

A necessidade de hiperextensão da coluna lombo-sagrada com rotação associada, inerente a esses gestos intensamente repetidos, poderão causar quer lesões agudas quer lesões por sobrecarga, à semelhança do que acontece em gestos com padrões motores similares de outras modalidades (serviço/smash no ténis, remate no andebol, movimentos de hiperextensão com rotação na ginástica, judo, golfe são alguns dos exemplos).
Rever post anteriores DISFUNÇÕES LOMBARES NO GOLFISTA (1) (2) (3) (4) e LESÕES NOS TENISTAS (4) (3)

As elevadas exigências colocadas à coluna lombo-sagrada e tronco como eixo central da cadeia cinética de movimento combinadas quer com défices de flexibilidade, quer com alterações do controle neuromuscular dos estabilizadores vertebrais (músculos profundos - tranverso do abdómen e multifidus) podem originar alterações estruturais e funcionais na coluna lombar (p.ex discopatias, síndrome das facetas, instabilidade vertebral dinâmica) com repercussões mesmo nas actividades de vida diária.


Estes mecanismos assimétricos e repetidos podem originar lombalgias não especificas ou de natureza mecânica (condição benigna) ...mas que podem dar incapacidade funcional devido à dor e às alterações funcionais (espasmos, contracturas, posições anti-algicas e medo do movimento).

Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R`Equilibriu_us, Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 / 917231718
raulov@netcabo.pt
Faculdade de Motricidade Humana

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