TENDINOPATIA PATELAR - ETIOLOGIA e FISIOPATOLOGIA
As causas e as alterações fisiopatológicas das tendinopatias patelares são semelhantes às já descritas em TENDINOPATIAS - FISIOPATOLOGIA (1) de 7 de Jan/2009.
Para descrever esta entidade clínica encontram-se diferentes termos: “tendinite patelar”, “Jumper’s knee”, “tendinose patelar”, “paratendinite” ou “rotura parcial do tendão patelar”. (Koen, 2003)
Adaptando a classificação de Khan, K. (1999) temos:
O termo "tendinite patelar" é bastante usado e sobreavaliado na prática clínica. A grande maioria das vezes é incorrectamente usado. Tendinite é uma condição que envolve uma resposta inflamatória dentro do próprio tendão. Descreve situações agudas e devem ser usadas apenas nessas situações.
Tendinosis patelar - condição patológica que apresenta uma degeneração ou alteração tecidular do tendão sem qualquer sinal clínico ou histológico de uma resposta inflamatória. É a situação mais comum nos quadros clínicos mais arrastados ou condições crónicas. A maioria das tendinopatias patelares são crónicas pelo que o termo “tendinose” é o mais adequado.
Para Khan, K (2003), a tendinose caracteriza-se clinicamente por: - dor após o exercício, especialmente na manhã seguinte; - dor em repouso e que alivia com o movimento; - ocasionalmente a dor pode desaparecer após o aquecimento, reaparecendo após o descanso; - espessamento, edema localizado e fragilidade à palpação da zona da lesão.
A observação macroscópica directa de um tendão patelar com tendinopatia patelar revela a presença de uma degeneração mucóide, frequentemente localizada na região mais profunda e posterior da inserção do tendão patelar na rótula. A esta degeneração mucóide corresponde a uma cor amarelo-acastanhada e uma desorganização do tecido circundante (Koen, 2003; Raaitikainen, 1994; Karlsson, 1992; Colossimo, 1990; Cook, 1997 citados Khan, 2006).
Microscopicamente, encontram-se sinais de degeneração do colagéneo (desarranjo e fragmentação das fibras de colagéneo associado proliferação da matriz extra-celular), neovascularização (formação de vasos de baixo calibre) e fibrose (Cook, 2006; Kraushar, 1999). ver imagem acima
Importante referir que em todos os estudos, até mesmo aqueles efectuados através de microdiálise ao tendão de Aquiles afirmam claramente a ausência de células inflamatórias no local da lesão (Brukner, 2003; Kader, 2002; Sayana, 2007; Alfredson, 2002).
Paratendinite foi a termo encontrado para designar todos os processos inflamatórios que ocorrem na camada externa do tendão (paratendão). Este termo, engloba os conceitos de peritendinite, tenossinovite (que afecta a camada do tecido aureolar que cobre o tendão) e tendovaginites (que afecta a camada dupla do tendão). (Jarvinen, 1997; Khan,K. 1999).
Para Khan (1996), os sinais clínicos da paratendinite caracterizam-se pela presença de um edema agudo com hiperémia do paratendão e sensação de crepitação após algumas horas / dias (facilmente perceptível na avaliação da mobilidade e na palpação dinâmica do tendão).
Para Khan (1996), os sinais clínicos da paratendinite caracterizam-se pela presença de um edema agudo com hiperémia do paratendão e sensação de crepitação após algumas horas / dias (facilmente perceptível na avaliação da mobilidade e na palpação dinâmica do tendão).
Macroscopicamente, verifica-se um espessamento dos tecidos peritendinosos - resultado do preenchimento dos espaços interfibrilares por exsudado fibroso e por migração dos fibroblastos e linfócitos perivasculares, associado a uma neovascularização - formação e proliferação de novos vasos à volta do tendão afectado (Khan, K. 1998; Brukner, 2003).
As roturas parciais do tendão patelar surgem de uma forma repentina num mecanismo major, normalmente em tendões já fragilizados por processos degenerativos (mesmo que assintomáticos) e caracterizam-se pela presença de dor localizada, tumefacção dos tecidos circundantes e incapacidade funcional, podendo ser facilmente confundida com uma lesão de sobrecarga (overuse)
O diagnóstico diferencial específico só é possível através de exames complementares de diagnóstico como a ecografia e a ressonância magnética (Brukner, 2005; Koen 2003). Mesmo recorrendo a estes exames complementares é necessário ter presente que num exame histopatológico (por observação microscópica), esta entidade pode apresentar sinais idênticos de tendinose (desorganização e separação das fibras de colagéneo com presença de tecido necrosado, substância mucóide e vasos sanguíneos de baixo calibre). Assim este termo deve ser utilizado nas situações em que existe discontinuidade subcutânea evidente do tendão, sendo pouco frequente ao nível do tendão patelar (Krishna, 2005)
As lesões no tendão patelar podem afectar 3 locais distintos: a inserção proximal do tendão no polo inferior da rótula, o corpo do próprio tendão e a inserção distal do tendão na tíbia. (imagem de cima)
A designação “Jumper’s knee” foi introduzida pela primeira vez no início dos anos 70 por Blazina (Molnar et al, 1993, Shalaby, 1999, Panni, 2000) e reflecte uma tendência epidemiológica, de maior incidência deste tipo de lesão em atletas praticantes de modalidades de salto – voleibol e basquetebol (McConnell, 2002; Koen, 2003, Reeser, 2006), embora também possa aparecer em atletas de outras modalidades O termo "Jumper´s Knee" é apenas genérico pois não especifica o tipo de tecido afectado, nem tão pouco a sua etiopatogenia.
Aproximadamente, 80%-90% dos atletas profissionais de voleibol e basquetebol apresentam processos degenerativos do tendão patelar comprovados imagiologicamente, embora seja mais baixa a percentagem das tendinopatias sintomáticas (McConnell, 2002).
As roturas totais do Tendão Patelar constituem as lesões mais graves e são de mais fácil diagnóstico, face à incapacidade funcional total de utilizar o aparelho extensor e da subida anormal da patela dentro da tróclea (ver Rx acima)
O jogador brasileiro Ronaldo já sofreu rotura total no tendão patelar dos 2 joelhos, estando agora a regressar à competição no futebol brasileiro, onde já marcou golos.
Na imagem de cima, Ronaldo tinha acabado de sofrer a rotura no tendão patelar do joelho esquerdo quando jogava pelo Milan. A rotura do tendão patelar do joelho direito aconteceu na época 2000-2001 quando jogava pelo Inter (ver LESÃO TOTAL DO TENDÃO PATELAR (1) )
Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 /917231718
raulov@netcabo.pt
Faculdade de Motricidade Humana
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So fala mas não diz se em pessoas que não praticam esportes isso acontece. e a minha vem junto com uma bursite.tem operação ? é seguro
ResponderEliminarBoa Tarde. Sim também pode acontecer a pessoas que não praticam desporto, embora seja menos frequente. Também é possivel estar associado a bursite. A cirurgia apenas está indicada quando os outros tratamentos falham. Deve consultar um médico ou Fisioterapeuta com experirência nas lesões deste tipo para fazer o tratamento não cirurgico adequado ao seu caso. Boa recuperação. Raul Oliveira
ResponderEliminarolá preciso saber com urgencia Pois é tenho 20 anos jogo num time de futsal da minha cidade andei sentndo dores na região do joelho(sinto des dos 17 anos) fui no medico e ele dice que tinha tendinite bipatelar fiz fisioterapia 1 mes passou..ai parei de ir e segui jogando mas sinto dor igual...queria sebr se tem cura mesmo e quanto tempo demora ?
ResponderEliminarBom dia: as tendinopatias do tendão patelar têm tratamento mas pode´demorar até à resolução dos sintomas. Os casos crónicos são os mais dificeis e demorados de tratar e em casos extremos pode ser necessário a cirurgia, pelo que o meu conselho é procurar a orientação de um médico e/ou fisioterapeuta com experiência em lesões desportivas e ser mais paciente. Até breve. Raul Oliveira
ResponderEliminarola! foi diagnosticado a tendinose patelar de nivel 1 no meu joelho esquerdo e agora os mesmos sintomas passaram para o direito . Após passar em dois especialistas nenhum passou fisioterapia, somente remedio. Não fiquei muito satistfeita pq ja havia consultado o google pra saber melhor. Por favor me ajude.!
ResponderEliminarBoa noite. Na m/ opinião o tratamento das tendinoses deve incluir a Fisioterapia efectuada por um profissional com experiência neste tipo de lesões. Não espere resultados a curto prazo, seja paciente e disciplinada a fazer os exercícios adequados que o Fisioterapeuta deve aconselhar. A medicação por si só é insuficiente. A tendinosis implica algumas alterações tecidulares do tendão que exigem tempo e exercícios para induzir as modificações no sentido de normalizar a situação. Boa recuperação. Raul Oliveira
ResponderEliminarOlá!Eu tenho 18 anos e sentia fortes dores no joelho desde novo mais ou menos 12 anos, depois de um tempo de dor fui em vários médicos e eles diziam que era dor do crescimento,condropatia patelar e este ultimo me disse que era tendinose patelar então fiz fisioterapia depois das 20 sessões de fisioterapia continuava sentindo muita dor na verdade a fisioterapia piorou a dor ,ai outro ortopedista me passou alginac 1000 e nada adiantou e por ultimo ele mandou eu parar com a fisioterapia e receitou flancox e duo decadron tomei por 15 dias acabando o remédio fiquei em pé por um leve tempo esperando o ônibus e agora o joelho está me castigando e não sei como fazer dizem que eu estou com uma inflamação no tendão mas não me explicam direito.por favor me ajude!
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