Existem alguns gestos e técnicas que contribuem para o risco acrescido de lesão do joelho do bailarino(a) tais como os saltos repetitivos com recepções ao solo menos controladas, os pliés excessivos, as posições extremas de rotação externa dos membros inferiores (soma das diferentes rotações existentas na anca, joelho e pé) muitas vezes em apoios unipodais e os movimentos do torsão/rotação do tronco com um membro inferior apoiado (imagem abaixo)
O tipo de piso /superfícies de treino não adequados, o calçado e a persistência em gestos técnicos incorrectos que geram desequilíbrios musculares também são factores de risco adicional para ocorrência de lesões no joelho (Milan, 1994).
A causa mais comum de potenciais problemas no joelho é a limitação do en dehors – rotação externa das ancas - associada à hipermobilidade e à sobrecarga com gestos intensamente repetidos.
Sendo assim, é importante que o bailarino desde estudante tenha a noção das suas próprias limitações anatómicas, para que aprenda a trabalhar dentro dos seus limites (Howse & Hancock, 1992).
Isto porque, certos padrões de flexibilidade (por exemplo, a capacidade de assumir um en dehors completo nos homens) podem predispor o bailarino a lesões de overuse (Hamilton et al., 1992; Klemp et al., 1986, Klemp et al., 1984). E reciprocamente, a falta de padrões de flexibilidade como reduzida amplitude de en dehors da anca e reduzida amplitude de flexão plantar na tíbio-társica, pode predispor as bailarinas a lesões de overuse (Hamilton et al., 1992; Gans, 1985, Kushner et al., 1990, Reid, 1987).
Um turnout inadequado na articulação das ancas pode levar ao chamado “screwing the knees”. Quando o bailarino se encontra em demiplié coloca os pés orientados com o eixo horizontal e fazendo extensão dos joelhos a partir dessa posição, coloca um stress adicional nas estruturas internas do joelho (aumenta o risco de lesão ligamentar ou meniscal no compartimento femuro-tibial interno) e altera as forças que actuam sobre a patela aumentando a sua componente de desvio externo (Milan, 1994).
No final da extensão do joelho e de acordo com a sua biomecânica , o fémur roda internamente sobre a tíbia ("screw-home mechanism" ou rotação automática).
Neste contexto, enquanto que a tíbia e o pé são mantidos passivamente em rotação externa devido aos 180º de turnout e à carga sobre o membro inferior, as forças de stress que incidem sobre o joelho que se dirige para a extensão completa leva a uma rotação interna do fémur alterando o angulo Q (Coplan, 2002) e gerando forças desequilibrantes sobre a patela numa altura em que ela é mecânicamente mais instável dentro da tróclea (extensão completa).
Um outro mecanismo de lesão é a hiper-extensão dos joelhos que pode ter como consequência um estiramento das estruturas posteriores (musculares e capsulares) (Reid, 1988) como vemos na imagem de cima
Ana Azevedo e Raul Oliveira, Fisioterapeutas
Consulta do Bailarino
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
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