quinta-feira, 18 de junho de 2009

LESÕES NO JOELHO DAS BAILARINAS (4)

ANÁLISE MORFO-FUNCIONAL DO EN-DEHORS (2)

Uma limitação anatómica na rotação externa da anca tem uma grande influência na técnica do bailarino e aumenta o risco de lesões, sobretudo as de sobrecarga/ overuse (Ryan et al., 1988), pois essa falta de rotação externa acaba por ser compensada por segmentos adjacentes como o joelho, a tíbio-társica e pé e ainda pela região lombo-sagrada.

Idealmente, o en dehors é alcançado principalmente por uma rotação externa máxima da anca, com uma pequena contribuição do joelho, tibio-társica e pé (Gelabert, 1977; Dunn, 1965, Sammarco, 1987, Sammarco, 1986).
Apesar de teoricamente a posição de en dehors envolver 90º de rotação externa em cada anca, a maioria dos bailarinos chegam a ter entre 60º e 70º (Ryan et al., 1988; Hardaker et al., 1986).

Assim, o en dehors envolve uma suficiente amplitude de rotação externa da anca (55º a 70º), rotação externa do joelho (10º) e perna (12º) e abdução do ante-pé (Ryan et al., 1988).

Segundo Thomasen (1982) os bailarinos atingem os 180º de turnout, fazendo 70º de rotação externa da anca unilateralmente, 5º de rotação externa da tíbia unilateralmente e 15º de rotação externa em cada pé.

Alguns bailarinos conseguem atingir os 70º ou mais, de rotação externa da anca, sendo esta a forma ideal de atingir os 180º. Mas, os que apresentam limitações da amplitude de rotação externa na anca só podem atingir os 180º através de compensações noutros segmentos articulares.



O primeiro ajustamento deve ocorrer nas ancas, porque um estudante de dança que force os pés a rodar para fora (do joelho para baixo) enquanto os joelhos estão rodados para dentro (ver imagem de cima) pode criar uma excessiva torsão tibial externa com repercussões no alinhamento biomecânico do aparelho extensor/patela e provocar uma alterações artrocinemáticas nas superfícies articulares do joelho (Warren, 1989; Arnheim, 1991), podendo também facilitar o rolling-in dos pés.


Estas limitações se não forem despistadas e se as compensações referidas forem encorajadas por quem insiste apenas no ganho da amplitude máxima de en-dehors, o risco de lesões à distância é elevado (Coplan, 2002, Gilbert et al., 1998).

Ana Azevedo e Raul Oliveira, Fisioterapeutas
Consulta do Bailarino
Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
Av. D. João I, nº 8, Oeiras
309 984 508 /917231718 / 917776556

2 comentários:

  1. muitooo bom aprendi a diferença de rotação interna e externa através desta posição .

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  2. Esta á a finalidade de escrever o blog: partilhar informação. Apareça sempre
    Raul Oliveira

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