Dados de estudos sobre o TRANSPORTE DE MOCHILAS E OS SEUS EFEITOS NA POSTURA, MARCHA E SINTOMAS ASSOCIADOS
A lombalgia na populações juvenis, é como nos adultos, um fenómeno comum mas geralmente benigno e constitui a expressão da interdependência de uma multiplicidade de “factores de risco” que é necessário identificar, interpretar e compreender.
Investigações produzidas desde 1984 (Salminen, 1984; Fairbank e outros, 1984; Balagué e outros, 1988 e 1994) mostraram que dentro da população juvenil já se encontrava um número significativo de adolescentes com queixas lombares.
Concluíram que o transporte da mochila nos dois ombros produz menos alterações nos ângulos medidos, comparativamente ao transporte da mochila num só ombro. Os resultados mostraram diferenças significativas no ângulo craneo-vertebral e na simetria da posição da cabeça quando a mochila pesava 15% do peso corporal comparativamente à ausência de carga.
Estes resultados confirmam as conclusões de Pascoe et al (1997), o que nos sugere que as respostas posturais dos estudantes são sensíveis a cargas iguais ou superiores a 15% do peso corporal.
Estes estudos apontam para que as cargas pesadas (superiores a 15% do peso corporal) têm um efeito significativo no alinhamento postural.
Constatou-se ainda que o ângulo craneo-vertebral diminui depois de as crianças trasnportarem a mochila durante cinco minutos de marcha, o que nos indica que o tempo de transporte de uma mochila influencia a posição do tronco.
Korovessis, Koureas e Zacharatos (2005) realizaram um estudo para verificar a influência do transporte de mochilas ao nível da postura da coluna, dos ombros e do tronco, e ao nível da dor na cervical, na dorsal e na lombar, em 1263 estudantes (12 -18 anos). Concluíram que o transporte de mochilas (particularmente quando transportadas num só ombro) resulta numa alteração da postura do tronco e dos ombros e num aumento da lordose cervical. Para além disso, esse modo de transportar a mochila parece aumentar a dor na coluna dorsal e lombar. Estes autores recomendam, então, o transporte da mochila de forma simétrica, devendo-se usar sempre as duas alças.
Raul Oliveira, Fisioterapeuta
R´Equilibri_us - Gabinete de Fisioterapia
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Faculdade de Motricidade Humana
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